ARTIGO: Vale a pena investir em edifícios inteligentes? Por Pedro Okuhara*

A tecnologia está cada vez mais presente em nossa vida, aprimorando serviços e promovendo eficiência no uso de recursos. Porém, é fato que a atividade humana tem causado danos significativos ao meio ambiente, tornando necessário o uso de alternativas sustentáveis. Nesse sentido, edifícios inteligentes têm se destacado como opção para moradia e trabalho em muitas cidades. O setor de construção civil tem evoluído para atender a essa demanda, buscando desenvolver edifícios altamente tecnológicos que permitem a gestão integrada e automatizada de praticamente todas as funcionalidades. Esses projetos contam com sistemas e instalações que integram novas tecnologias para controle e automação de climatização, iluminação, segurança, telecomunicações, acessos, entretenimento e outros recursos. Com sistemas automatizados e interligados, é possível aumentar a eficiência energética, segurança, usabilidade e acessibilidade, aproveitando melhor os recursos disponíveis, contribuindo para a redução do consumo de energia e das emissões de gases de efeito estufa. Esses edificações são conhecidos como Edifícios Inteligentes ou Smart Buildings, tanto em novas construções como em projetos de retrofitting.

Economia de energia – Os edifícios inteligentes garantem economia máxima de energia, graças aos seus sistemas integrados que monitoram constantemente umidade, temperatura, iluminação e movimento, permitindo a otimização dos recursos energéticos disponíveis. Em média, esse novo conceito de construção pode gerar uma economia de até 70% em energia, quando comparado a instalações tradicionais. As novas instalações são equipadas com tecnologias sustentáveis, como painéis solares nas fachadas e coberturas, e sistemas capazes de identificar quais espaços do edifício estão ocupados para realizar ajustes na iluminação e climatização de forma inteligente e eficiente. Essas soluções ajudam a reduzir ainda mais o impacto ambiental, ao mesmo tempo em que proporcionam redução no consumo de energia e economia financeira para os proprietários e usuários do edifício.

Maior valor de mercado – A incorporação de tecnologias de construção inteligente tem influenciado diretamente no valor dos imóveis. Os compradores têm mostrado uma disposição cada vez maior em pagar preços mais elevados por edifícios que dispõem de sistemas de automação predial, pois reconhecem os benefícios e vantagens que essas soluções tecnológicas proporcionam. O retrofitting de edifícios tradicionais para a categoria de edifícios inteligentes também aumenta significativamente seu valor de mercado ao incorporarem soluções altamente valorizadas por inquilinos e empresas, que contribuem para a redução dos custos de manutenção e operação do edifício, além de proporcionarem um ambiente de trabalho mais confortável e seguro.

Setor em crescimento no Brasil – Portanto, esse é um mercado com grandes perspectivas de crescimento, com alta lucratividade para quem investir em edificações inteligentes. A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um dos requisitos que garantem a eficiência energética e ambiental em edifícios inteligentes. No Brasil, o setor está em constante expansão e ocupa a 4ª posição no ranking de edifícios inteligentes certificados, resultando em uma valorização de 4% a 8% por metro quadrado. A consultoria Variant Market Research estima que esse mercado apresentará uma taxa de crescimento anual de 35% até 2025, com uma movimentação financeira superior a US$ 82 bilhões. Investir em edificações inteligentes e sustentáveis é uma oportunidade promissora e altamente lucrativa que precisa estar no radar de muitas empresas.

*Pedro Okuhara é Especialista de Produtos e Aplicações da Mitsubishi Electric

Postado em 28 de junho de 2023. 

 

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