O alumínio sempre exerceu um papel fundamental na economia brasileira. No passado, o país chegou a ser o 6º maior exportador mundial desse metal,
Destaque em sustentabilidade – Além de todas essas qualidades relacionadas aos benefícios do metal, existe uma que merece destaque: a sustentabilidade. Sem dúvida, este aspecto torna o Alumínio e sua utilização intensiva muito mais atrativa, desde a exploração do minério (no qual se faz uma planejada rotação na exploração das minas com o respectivo reflorestamento após o esgotamento), até o seu elevado índice de reciclagem. Com um índice superior ao da média mundial, o Brasil recicla cerca de 38,5% de todo o consumo doméstico, conforme apontam dados da ABAL. O alumínio é infinitamente reciclável. 75% deste metal existente no mundo ainda não foi disponibilizado para reutilização. Com a reciclagem, para cada tonelada de alumínio produzido a partir deste método, economizamos 4,5 toneladas de minério de bauxita, com a consequente preservação das minas e paisagens. Além disso, a reciclagem do alumínio despeja apenas 5% de partículas na atmosfera em relação à mesma quantidade do material fabricado a partir do minério. Outro ponto de destaque é em relação à economia de energia durante a produção do material. De modo geral, a cada quilo de alumínio reciclado gasta-se 19 vezes menos energia do que a mesma quantidade obtida pelo método tradicional. Só para visualização, a economia de energia elétrica que o Brasil faz com a reciclagem do material, atualmente, é equivalente a manter abastecida de energia uma cidade como Campinas, no interior de São Paulo, durante um ano inteiro. Este cenário reflete o papel fundamental do alumínio e como o setor é importante para a economia, responsável por movimentar recursos que vão desde a necessidade para complemento de renda de catadores (reciclagem de latas), até o suprimento de infraestrutura de energia elétrica, necessária para o desenvolvimento do país.
Mercado do alumínio em 2021 – Antes de vislumbrarmos as perspectivas para 2021, é preciso entender o contexto e o que representou o ano de 2020. A pandemia de COVID-19 impactou diretamente a economia, não só nacional, mas global. No setor de alumínio, não foi diferente. Estima-se uma queda entre 7% e 8% acumulada durante 2020. Para 2021, muitas consequências da pandemia ainda devem seguir no cenário econômico, uma vez que estamos longe de erradicá-la, com um ritmo de vacinação muito pequeno, além de estarmos rumando para uma fase mais aguda de transmissão e disseminação da doença. Neste contexto, existe a possibilidade de repetirmos este ano aquilo que vimos em 2020, ou seja, uma fase declinante da economia para uma recuperação acelerada ou em “V“. Desta forma, levando-se em conta os efeitos da pandemia, estimamos que a demanda interna a ser atendida neste ano deve girar em torno de 1,3 a 1,4 milhão de toneladas de alumínio.
Luiz Henrique Caveagna é diretor Geral da Termomecanica,
empresa de transformação de cobre e suas ligas.