Boletim Cadeia do Frio e a Covid-19 | O Mundo de Joelhos

Inimigo invisível

O mundo de joelhos. Assolado. Tentando combater um inimigo invisível e fatal, que já infectou mais de 1,4 milhões de pessoas, tirando a vida de cerca de 81 mil delas. Isto é o que sabemos: apenas uma parte do número total de infecções, pois devido às políticas adotadas em diferentes países apenas são diagnosticados casos que necessitam hospitalização. Mas estes mesmos dados da Universidade americana Johns Hopkins mostram que o número de pessoas curadas também cresce: 300 mil. O alento poderia ser maior e mais importante se os índices implacáveis da Covid-19 parassem de crescer. Até esta edição de quarta-feira, 8 havia cerca de 190 países infectados no mundo, segundo o último balanço da Agência de Notícias France-Presse. Mais de 50 mil mortos estão na Europa.

Quarentena prorrogada – O reflexo desse registro no Velho Continente é a esticada do isolamento social. A Espanha ampliou o prazo de confinamento para 25 de abril; assim, como a Itália, que estendeu a quarentena até pelo menos 12 de abril. Na Alemanha, a data se estende até 20 de abril. França exigiu medidas mais duras para a sua quarentena, que se estenderá até 15 de abril. O governo holandês prorrogou as medidas contra a pandemia até 28 de abril e instou a população a manter distância social de 1,5 metro o tempo todo, ao menos. Nas Américas, os Estados Unidos, Argentina e Colômbia também decidiram prorrogar a quarentena de sua população. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos são o país com mais casos positivos do mundo, com mais de 400 mil pessoas infectadas e mais de 13 mil mortes decorrentes do coronavírus. O gigante asiático, segundo divulga, mais de 3.300 pessoas perderam a vida com o vírus.

Curvas – Espanha e Itália, que foram dois dos países mais atingidos pela doença Covid19 haviam registrado queda nos índices de entrada de doentes em hospitais há alguns
dias. A Itália não mostra evolução, no total quase 16 mil pessoas morreram e mais de 128 mil estão infectadas. No entanto, a Espanha que parecia que faria a curva descendente voltou a registrar números altos. As mortes por coronavírus voltam a crescer naquele país pelo segundo dia consecutivo: foram para 757 óbitos em 24 horas. O país tem 146.690 casos confirmados e um total de 14.555 mortos. Mais de 48.000 já pacientes receberam alta em um dos epicentros da crise na Europa. A França, soma 10 mil mortes. No Reino Unido, que ultrapassou 6.200 mortos, a situação é tal que no domingo, 5, a rainha Elizabeth pediu aos britânicos que enfrentem a crise com força, disciplina e companheirismo, em um discurso incomum à nação. O país soma mais de 55 mil infectados. América Latina supera 30 mil casos – A pandemia também avança na América Latina, que registra mais de 37 mil casos confirmados e 1,466 mil mortos. O Brasil registra um terço dos casos: quase 14 mil, e o maior número de mortos, 667. O Chile ocupa o segundo lugar com mais de 4,4 mil infectados e 34 mortos. Ainda na América Latina, a doença teve cenas de horror no Equador com mais de 3,7 mil casos e quase 300 mortos -, onde cerca de 200 deles jaziam em residências e ruas da cidade de Guayaquil, em meio ao caos causado pelo colapso dos serviços funerários. Assim como na África, na América Latina há países com sistemas de saúde frágeis ou deteriorados, e grande parte de sua população vive do setor informal, o que dificulta as medidas de confinamento.

 

Texto do Boletim CADEIA DO FRIO E A Covid19, da News Letter 01, 08 de abril de 2020.
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