FRANGO A produção brasileira de frango, detendo cerca de 1,35 bilhão de cabeças figura hoje entre as principais do mundo. O setor conta com acesso a tecnologia para aumentar o bem-estar animal além de agregar qualidade e atingir ganhos de produtividade. Entre 1997 e 2017 a produção desse setor cresceu cerca de 200% saindo de uma produção de 4,5 milhões de toneladas para 13,4 milhões. Além disso a produção se manteve estável ao logo de todos esses anos percebendo pequenas quedas em 2012 e 2013, dado o aumento dos preços do milho e da soja que geraram impacto direto no setor. Em 2016 também foi possível perceber a queda que foi padrão para diversos setores brasileiros, dado a crise econômica que o país atravessou. As principais regiões responsáveis pelo rebanho nacional são Sul e Sudeste que juntas detém 72% do efetivo brasileiro. A região Sul representa 45% do rebanho, já a região Nordeste conta com 12%. Em último lugar está a região Norte, com apenas 4% do total brasileiro. Uma das regiões que merecem destaque é o Centro Oeste, que inicialmente tinha uma participação de cerca de 7% desse rebanho e em 20 anos praticamente dobrou esse tamanho, atingindo cerca de 13% do total brasileiro. A região Sudeste, apesar de se manter em segundo lugar, viu sua participação diminuir ao longo dos anos. Em 1996 detinha 33% do rebanho nacional e até 2016 houve uma perda de 6 pontos percentuais nessa participação, sendo responsável por 27% do total. Enquanto o número de cabeças de frango cresceu cerca de 86% nas últimas duas décadas, o abate cresceu cerca de 167%, oscilando negativamente apenas em 2009, ano em que o setor foi afetado pela crise econômica mundial, em 2012 e em 2017. A queda de 2017 interrompe os últimos quatro anos de crescimento que o setor vinha percebendo. As principais quedas ocorreram no Mato Grosso, com uma variação negativa de aproximadamente 40,2 milhões de cabeças, seguido por Minas Gerais com 39,8 milhões, Distrito Federal com cerca de 13,7 milhões e Santa Catarina com 11,1 milhões. Entre 2000 e 2017 a taxa de abates cresceu 184,5%, impulsionada pelo crescimento de todas as regiões brasileiras, com destaque para a região Centro Oeste que registrou uma taxa de crescimento de 534% para o período, e a região Norte com 257%. A única região que cresceu 

BOVINO Dos 1.100 frigoríficos informantes da Pesquisa Trimestral de Abate do primeiro trimestre de 2018, 194 estão sob inspeção federal, 374 estadual e 542 municipal. Os frigoríficos sob inspeção sanitária federal, dispondo do Selo de Inspeção Federal (SIF), são habilitados para atuar em todo o mercado nacional ou mesmo enviar para mercados estrangeiros e são responsáveis por 74% das cabeças abatidas no primeiro trimestre de 2018, cerca de 7,7 milhões e 77% da produção com 1,5 bilhão de toneladas de carne. Durante o ano de 2017 os frigoríficos federais também responderam por cerca de 74% do total de abates, cerca de 22,7 milhões de cabeças, e por 77% da produção com 5,9 bilhões de toneladas de carne. Há também outros dois tipos de inspeção além do SIF, o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) que permite o comércio da carne somente no território do município que se encontra o frigorífico e o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), que permite o comércio apenas dentro dos limites do estado. Independentemente do tipo de inspeção aos quais os frigoríficos brasileiros foram submetidos, os estados brasileiros que mais abateram cabeças de gado em 2017. O estado do Mato Grosso liderou o ranking nacional de abates com 15,6% do total, cerca de 4,8 milhões de cabeças, seguido por Mato Grosso do Sul com 11,1% ou 3,4 milhões de cabeças, Goiás com 10,3%, 3,2 milhões e cabeças, São Paulo com 9,5%, 2,9 milhões e cabeças e Minas Gerais com 9%, cerca de 2,8 milhões de cabeças. Juntos esses estados respondem por pouco mais de 55% do total. Para dar continuidade ao processo produtivo, todos os animais que são encaminhados ao frigorífico são saudáveis. A partir daí o frigorífico compra a matéria-prima, separa os animais vivos por lote, realizam o abate e preparam diferentes partes para comercializar. O procedimento de desossa, ou “linha de desmontagem” separa os diferentes tipos de cortes de carne e os distribui para a indústria, agregando maior valor ao produto. O valor da produção industrial de carne bovina e derivados em 2016 atingiu R$ 88 milhões, carnes frescas e refrigeradas e congeladas respondem por 94% desse total, cerca de R$ 83 milhões, a fabricação.
SUÍNO O Brasil, com dados do primeiro trimestre de 2018, conta com 646 frigoríficos de abate suíno, sendo 101 deles de inspeção federal, 228 de inspeção estadual e 317 municipal. A maior parte desses frigoríficos, 26,6%, ficam localizados no estado de Santa Catarina. O Paraná conta com 23,3% do total, seguido pelo Rio Grande do Sul com 18,6%. Portanto cerca de 67% dos frigoríficos de abate suíno ficam localizados na região Sul do país. O quarto estado nesse ranking é Minas Gerais, responsável por 12,6% do total. Esses quatro estados juntos respondem por cerca de 79% do total de abate no Brasil. São produzidos no Brasil R$ 30,2 milhões em produtos derivados da carne suína, como apresenta a Tabela 4. Os principais produtos são Produtos embutidos ou de salamaria e outras preparações de carnes de suínos (exceto pratos prontos), com participação de 35,19%, Carnes de suínos congelados, com de 34,7% e Carnes de suínos frescas ou refrigeradas com 20,34%. Juntos esses produtos respondem por 90,3% do valor industrial produzido.
FRANGO A indústria de frango no Brasil apresenta uma relação integrada entre frigoríficos e criadores, através de um “sistema de integração” onde os frigoríficos adiantam pintinhos, rações e remédios para produtores rurais. Assim é estabelecido um contrato em que esses produtores se comprometem a comercializar os frangos prontos para o abate exclusivamente com a empresa que forneceu essa matéria-prima. Além disso a indústria ainda fornece assistência técnica e não só compram como mandam buscar o frango na propriedade dos integrados. Descontados os custos de produção, o agricultor é finalmente remunerado pela indústria. No Brasil, durante o primeiro trimestre de 2018, foram 280 frigoríficos responsáveis pelo abate de frangos, 48% deles com inspeção federal, 33% contam com inspeção estadual e 20% com inspeção municipal. Além disso o Paraná responde por 32% dos abates de frango brasileiro, seguido de Santa Catarina com 14,7%, Rio Grande do Sul com 14,5% e São Paulo com 11%. Juntos esses quatro estados respondem por 72% do abate de frangos brasileiro.
¹. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/series-historicas Complexo Soja Material de Transporte e Componentes Minérios Metalúrgicos Petróleo e seus derivados Complexo da Carne Produtos Metalurgicos 17% Produtos das Indústrias Químicas Açúcar e Álcool Máquinas, Aparelhos e Instrumentos Mecânicos Papel e Celulose Café Demais Produtos CAPÍTULO 1 12
² Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/ppm CAPÍTULO 1 14 INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CARNES Gráfico 02 TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADO DO EFETIVO DOS REBANHOS NO BRASIL ENTRE 1996 E 2016 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal
Parte de deste conteúdo encontra-se no livro “Agronegócio”, publicado pela FGV Projetos, março 2019, www.fgv.br/fgvprojetos